Pluralidade - O Quatro

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O NÚMERO QUATRO

O número quatro feito coisa
ou a coisa pelo quatro quadrada,
seja espaço, quadrúpede, mesa,
está racional em suas patas;
está plantada, à margem e acima
de tudo o que tentar abalá-la,
imóvel ao vento, terremotos,
no mar maré ou no mar ressaca.

Só o tempo que ama o ímpar instável
pode contra essa coisa ao passá-la:
mas a roda, criatura do tempo,
é uma coisa em quatro, desgastada.

João Cabral de Melo Neto


Prithivi - Quadrado Amarelo



O princípio do Ar (3 – três) não representa propriamente um elemento em si, a essa afirmação vale também para o princípio da terra. Isso significa que, do efeito alternado dos três elementos mencionados em primeiro lugar, o elemento terra formou-se por último, pois através de sua característica específica, a solidificação, ela integra em si todos os outros três. Foi justamente essa característica que conferiu uma forma concreta aos três elementos. Ao mesmo tempo porém foi introduzido um limite ao seu efeito, o que resultou na criação do espaço, da dimensão, do peso, e do tempo. Em conjunto com a terra, o efeito recíproco dos outros três elementos tomou-se quadripolar. O fluido na polaridade do elemento terra é eletromagnético. Como todos os elementos são ativos no quarto elemento(o da terra) toda a vida criada pode ser explicada. Foi através da materialização da vida nesse elemento que surgiu o "Fiat", o "faça-se”. (IIH – Franz Bardon)



O Grande Tao não tem forma corpórea, mas foi ele quem produziu e alimenta o Céu e a Terra.

O Grande Tao não tem paixões, mas é a causa das revoluções do Sol e da Lua. O Grande Tao não tem nome, mas é Ele quem mantém o crescimento e a conservação de todas as coisas.


As manifestações da natureza, vias de regra, se apresentam como dois bipolos, assim sendo manifestam-se no mistério Quatro (mistério porque não se sabe o porquê das manifestações básicas da natureza se processar através de dois bipolos, formando Quatro elementos).
Na constituição das coisas se faz presente o mistério três, enquanto que as manifestações da natureza obedecem ao mistério quatro. Vejamos alguns exemplos: Verão/ inverno; primavera /outono; lua cheia/ lua nova; lua /crescente/minguante; Norte/Sul/; Leste/ Oeste, etc..

Os sábios de um passado remoto diziam que o mundo material era o resultado da ação de quatro elementos essenciais: Fogo, terra, água, ar. [1]


O mundo material está constituído por esses quatro elementos. Embora pareça isso algo absurdo, queremos dizer que não foge muito ao que a própria ciência ensina com outras palavras. Diz a ciência que a terra inicialmente foi uma bola gasosa (ar) muito quente (fogo) e que ao esfriar se formaram os elementos que se organizam formando a terra. Dos vulcões primitivos saíram os gases que deram origem ao ar assim como o vapor que deu origem à água. Da interação dos elementos constitutivos desses quatro princípios todas as coisas surgiram.

Assim vemos que a primeira estruturação do mundo denso já foi estabelecido segundo o mistério quatro (lei do quatro.).

A natureza se manifesta em quatro aspectos: Sólido/ Líquido/ Gasoso / Radiante (atualmente a ciência em vez do nome radiante usa a palavra plasma). Existem 4 reinos: Mineral / Vegetal, Animal e Hominal. [2]
A natureza manifesta as coisas por um desses 4 estados: Quente / frio / seco / úmido.

Os pontos cardeais são quatro: Norte / Sul / Leste / Oeste. Onde quer que estejamos a nossa mente identifica: Para diante / para trás / para um lado / para o outro lado.(esquerda e direita). [3]

=>O número quatro é próprio dos quatro Evangelhos, como diz Ezequiel (1,4): "E no centro havia a semelhança de quatro animais" [20] . O quatro também significa misticamente as quatro virtudes dos santos: Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança [21] ; que, pela liberalidade de Deus, revigoram as almas dos santos. Daí que o Evangelho (Mc 8,9) diga: "E os que comeram eram cerca de quatro mil pessoas. Em seguida, Jesus os despediu" [22] . Quatro também diz respeito às quatro partes do mundo [23] a partir das quais a Santa Igreja se reunirá. Daí que afirme o profeta (Is 43,5): "Do Oriente conduzirei a tua descendência e do Ocidente eu te reunirei. Direi ao setentrião: ‘Devolve-os!’ e ao meio-dia: ‘Não impeças!’". Do mesmo modo, o quatro pode simbolizar os quatro elementos [24] dos quais é formado o corpo humano, pois principalmente deles depende a força e a subsistência do corpo. Com efeito, no Evangelho está escrito que o paralítico no leito era transportado por quatro [25] .


IV - A TÉTRADA


"O Número Quatro é aquele sem o qual nada poderia ser revelado, pois é o número universal da perfeição" (Dos Erros e da Verdade). "O Ser Supremo, apesar de estar ligado a todos os números, se manifesta particularmente pelo número do quadrado, que é ao mesmo tempo, o número do homem" (Dos Erros e da Verdade). "Pela presença da realidade divina neste numeral, ele age diretamente também, em todos os seres setenários e remete à notável ordem que ocupavam em sua origem”. (-Obras Póstumas).

O quadrado é um, como a raiz da qual é o produto e a imagem pela qual se manifesta. Ele mede toda a circunferência, já que o homem no centro do seu primeiro império abarcava todas as regiões do universo. O quadrado é formado por quatro linhas e o lugar do homem era indicado por quatro linhas de comunicação, que se estendiam aos quatro pontos cardinais da natureza. Este quadrado se origina no centro e o trono do homem era no seio da terra de seu domínio, portanto governando os sete instrumentos de sua glória. O quadrado é portanto, o verdadeiro símbolo daquele lugar de deleite conhecido em todos os lugares pelo nome de Paraíso Terrestre.

"O quatro é o número de qualquer centro e assim sendo, é o do fogo também, pois este ocupa o núcleo de todos os corpos. É, da mesma forma, o do espírito temporal, garantido ao homem para a sua reconciliação, mas este é o mais interior dos três círculos que o homem tem de atravessar antes de chegar o dia de sua Reconciliação, que é representada pelo número três" (Obras Póstumas).

O quaternário, representado pelos quatro mil anos depois dos quais "Cristo" nasceu neste mundo, é a imagem da manifestação divina a se opor ao poder perverso que a represa dentro dos seus limites de privação espiritual. O homem, a quem o número quatro é destinado pela Providência Divina, não pode se beneficiar deste número senão da mesma forma pela qual ele usou bem sucedidamente o primeiro poder corporal que lhe foi dado, como uma forma de se proteger contra a primeira ação do líder quinário”.

"Se o homem permitir que este simples poder inferior seja degradado, o inimigo tem muito mais facilidade de atacá-lo, com vantagens, no poder temporal ativo. Assim sendo, longe deste poder ser usado para benefício da humanidade, à qual ele deveria comunicar amor, vontade, fé, pleno de todos os sentimentos espirituais próprios a esta reconciliação, o intelecto desequilibrado faz uso deste mesmo veículo (número 4) para sugerir todas as paixões falsas e más e os sentimentos que separam o homem do seu objetivo" (-Obras Póstumas).

Desta forma, o espírito reparador dos crimes da posterioridade humana para a manutenção da justiça divina é, também, anunciado pelo número Quatro.


Sobre os Elementos


‘Tudo o que foi criado, o macrocosmo e o microcosmo, portanto o grande e o pequeno mundo formaram-se através dos elementos. Por causa disso pretendo, já no começo da iniciação, ocupar-me justamente destas forças a mostrar especialmente sua profundidade a seu múltiplo significado (...) Nos escritos orientais mais antigos os elementos são definidos pelos Tattwas. Na nossa literatura européia só lhes damos atenção na medida em que enfatizamos seus bons efeitos ou apontamos suas influências desfavoráveis, o que quer dizer, portanto que sob a influência dos Tattwas determinadas ações podem ser levadas adiante ou devem ser deixadas de lado. Não há dúvidas sobre a autenticidade desse fato, mas tudo o que nos foi revelado até hoje aponta só para um aspecto muito restrito dos efeitos dos elementos. A prova dos efeitos dos elementos em relação aos Tattwas, para o uso pessoal, consta de modo suficientemente explícito nas obras astrológicas.

Porém eu penetro mais profundamente no segredo dos elementos, a por isso escolho uma outra chave, aliás análoga à astrológica, mas que não tem nada a ver com ela. Pretendo ensinar as diversas maneiras de utilizar essa chave até agora desconhecida para o leitor. Além de desvendar o seu lado teórico, também mostro a sua utilização prática, pois é justamente nela que reside o maior arcano.

Sobre esse grande conhecimento secreto dos elementos já se escreveu no mais antigo livro da sabedoria esotérica, o Tarô, cuja primeira carta, o mago, representa o conhecimento e o domínio dos elementos. Nessa primeira carta os símbolos são: a espada, que simboliza o elemento fogo; o bastão, que simboliza o elemento ar; o cálice, o elemento água; a as moedas o elemento terra.

Aqui podemos perceber que já nos antigos mistérios apontava-se o mago como primeira carta do Tarô, a assim se escolhia o domínio dos elementos como primeiro ato da iniciação. Em homenagem a essa tradição quero também dedicar a maior atenção, sobretudo a esses elementos, pois como veremos adiante, a chave para os elementos é um meio universal com o qual é possível solucionar todos os problemas que surgem (A Chave-Mestra). De acordo com os indianos, a simbologia dos Tattwas é a seguinte:



O NOME DE DEUS EM QUATRO LETRAS (tetragrammaton)

L O R D - Inglês

S O R N - Persa

B A G H - Persa

D I E U - Francês

G O T T - Alemão

D E U S - Português

J H V H - Hebreu (J H W H, Y H W H, I A V É, Yod-He-Vav-He)

J A V É - Variante em português do hebreu JHVH).

A D A T - Sírio

G O D T - Germano

D O V A - Sânscrito

G O D T - Sueco

A L A H - Árabe, em português as variações podem ser: Alá, Álah, Allah

D I O S - Espanhol

T O O S - Grego

Z E U S - Grego Antigo

O D I M - Viking, Saxão

T H O T - Viking

A M O N - Egípcio

P A P A - Inca

B A A L - Fenício

I L L U - Sírio

S H I N - Japonês

N E B O - Caldeu

H A R K - Hindu

T U P Ã - Tupi Guarani

Y U S A - Jívaro - tribo indígena do Equador

C A R Ú - Munducurú - antiga tribo indígena da selva dos tapajós

O B E A - No sincretismo dos revivalistas, Jamaica, outra variante é Obeaman

D E U M - Latim - de acordo com a declinação da frase, varia em Dei, Deo, Deum

D E V S - Latim Cristão

B U D A - Em algumas dissidências do hinduísmo, é considerado Deus.

B A R A - Também Behaístas

X I V A - Hinduísmo.

E M E T – Verdade em hebraico

2 comentários:

EduTomazett disse...

Caro Troll, gostaria que vc verificasse sua fonte de onde tirou que Ogum é o Deus do Candomblé. Ogum é um Orixá, assim como Oxóssi, Iansã e Oxum. No caso do Candomblé, até onde eu sei, o "Deus maior" é Olorum, saindo é claro, da teoria dos 4, apresentada no post.
Abraços!

Tr0ll disse...

Confesso que também não sou lá nenhuma sumidade em cultos africanos, no entanto, Ogum (se o sr está familiarizado com o conceito de arquétipo) é o Senhor da guerra (jorge bem jor diria que é zumbi o senhor da guerra, mas enfim sem entrar em detalhes), indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que buscam seu auxilio, segundo a lenda ainda, foi Ogum quem ensinou aos homens o trabalho com fogo e ferro (forjaria, alquimia, etc), ensinando a técnica com a qual o homem pode criar ferramentas indispensáveis para dominar à natureza e a transformá-la.
No sincretismo religioso Ogum é associado a São Jorge e por sua vez é análogo a Toth (4 letras) o deus egípcio (o próprio hermes trimegistos) que era um mensageiro dos Deuses (ou dos diversos aspectos de Deus –faces da divindade), Ogum é o senhor dos caminhos, e sim Ele é um orixá, e sim eu o adicionei arbitrariamente (assim como outros nomes, visto que pretendia mostrar nomes de Deus com 4 letras, não necessariamente de religiões monoteístas cujo deus tem um nome de 4 letras etc.), só me surpreende que com tanto conteúdo a única coisa que tenha lhe chamado atenção (infelizmente) tenha sido esse detalhe...

Sem mais,

-Tr0ll