Akasha - O Cinco e A Discórdia

terça-feira, 20 de maio de 2008



AKASHA


Se você encontrar Éris na rua, mate-a.

Construindo o conceito de número

Foi contando objetos com outros objetos que a humanidade começou a construir o conceito de número.
Para o homem primitivo o número cinco, por exemplo, sempre estaria ligado a alguma coisa concreta: cinco dedos, cinco peixes, cinco bastões, cinco animais, e assim por diante.
A idéia de contagem estava relacionada com os dedos da mão.
Assim, ao contar as ovelhas, o pastor separava as pedras em grupos de cinco.
Do mesmo modo os caçadores contavam os animais abatidos, traçando riscos na madeira ou fazendo nós em uma corda, também de cinco em cinco.


Para nós, hoje, o número cinco representa a propriedade comum de infinitas coleções de objetos: representa a quantidade de elementos de um conjunto, não importando se trata de cinco bolas, cinco skates, cinco discos ou cinco aparelhos de som.
É por isso que esse número, que surgiu quando o homem contava objetos usando outros objetos, é um número concreto.




Diz a Tradição que o mundo material é constituído por quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo[1], mas em se tratando dos seres vivos tem que ser considerado um quinto elemento Akash que é equivalente à luz. Sem a luz a matéria orgânica não se constitui, haja vista que o mundo animal depende dos vegetais que sintetizam os compostos orgânicos pelo processo de fotosíntese a partir da luz solar.

A estruturação inorgânica do mundo está diretamente ligada ao mistério quatro enquanto que a estruturação orgânica pertence ao mistério cinco.

Um quaternário muitas vezes pode se apresentar com uma estrutura de 3 + 1. Quando isto acontece ocupa uma posição especial, ou é dotado de uma natureza diferente das outras.[2]

O mesmo acontece com o cinco, muitas vezes uma coisa é constituída de 5 elementos de uma mesma natureza, mas há vezes em que é constituído de 4 elementos de uma natureza e 1 de natureza diversa (4 + 1).

Assim acontece no que se refere à natureza orgânica. A matéria orgânica tem em sua constituição os 4 elementos básicos; o sólido (terra = minerais); água (líquidos orgânicos, humores); ar (em todos os compartimentos do organismo existe ar); o fogo (calor orgânico - calor dos processos metabólicos, reações exotérmicas, reações de substancias que desprendem calor à calor animal).

O que estabelece a diferença entre o inorgânico (sem vida·) e o orgânico (com vida) é a energia luminosa. Esse quinto elemento unindo-se aos 4 elementos básicos (4 + 1) faz com que a natureza das coisas se modifique, apresente-se a manifestação vital. Quatro elementos de nível mensurável, une-se a um quinto não medível por vias comuns. O quinto elemento confere ao quatro características especiais, determinando um outro tipo de manifestação da criação.

Toda vida orgânica na terra depende da fotosíntese que ocorre no reino vegetal. O reino animal não existiria sem a fotosíntese que se processa no reino vegetal.

Vimos que no quaternário constitutivo do mundo material quando a ele se soma mais um elemento, transformando-o em quinário, há mudança de natureza. Isto é valido para todos os números, quando uma unidade é acrescida à natureza de uma manifestação há mudança de natureza.

Quando o inconscientizavel recebe um segundo valor ( polarização ) se torna conscientizavel gerando o três. Se ao conscientizavel ( três ) for adicionado algo que o torne quatro surge o mundo denso, a matéria inorgânica. Por sua vez, quando ao quatro adiciona-se mais um surge a matéria orgânica (cinco); com mais uma adicionado o cinco surge o seis que é o mundo das transformações que opera sobre o cinco. Mais uma unidade e teremos a natureza constitutiva do universo, a vibração com suas leis. Mais uma unidade e surge o oito representativo da orientação. A natureza em sua manifestação requer direcionamento, orientação, campo expresso no mistério oito, como veremos num tema futuro. Veremos que tudo aquilo que diz respeito à orientação está ligada ao oito. Mais uma unidade e chegaremos ao mistério do nove que rege a manifestação da vida como um todo.

São cinco as funções básicas do organismo - Respiração, digestão, circulação, excreção e reprodução assim como também são cinco as funções psíquicas básicas e os sentidos físicos. Esse elemento está presente em praticamente todo reino, animal e humano.

Desta maneira, no organismo o número cinco está manifesto em 3 grupos essenciais:

  • FUNÇÕES ORGÂNICAS: Respiração, Digestão, Circulação, Excreção, Reprodução
  • SENTIDOS: Visão, Olfação, Audição, Paladar, Tato
  • PSIQUISMO: Inteligência, Razão, Intuição, Memória, Sentimento


Qualquer que seja a manifestação, e, ou função no organismo, ela sempre está enquandrada num dos três níveis. Ou se trata de uma função motora, Função Orgânica (nível HOD - NETZACH), ou de uma função sensitiva - SENTIDOS - (nível GEBURACH - KJESED), ou intelectiva (nível BINAH - KJOKHMAH) e dentro de cada nível em cinco aspectos.

Numa pessoa tudo o que diga respeito às funções orgânicas estão enquadradas em um dos cinco grupos citados, da mesma maneira tudo o que diga respeito às sensações e ao psiquismo também num dos grupos sempre está compreendido em uma das cinco funções mencionadas.

No reino humano não existem outros sentidos físicos além desses cinco. No reino animal essa também é a regra geral. Mesmo existindo animais dotados de sentidos diferentes desses mencionados, mesmo assim são sempre totalizados em cinco. Se um determinado animal tem algum órgão sensorial diferente por certo algum dos sentidos humanos está ausente nele. De acordo com a necessidade numa espécie pode haver algum órgão sensorial que o homem não possui, mas, por sua vez, este possui algum que aquele não possui.

O número cinco é considerado símbolo do desenvolvimento da humanidade porque o que possibilita a constituição de uma sociedade são os cinco sentidos. Sem os sentidos não haveria integração entre as pessoas, consequentemente resultaria a impossibilidade de estruturação social. Basta a carência de um órgão para que uma pessoa deixe de manter algum tipo de interação, independentemente de qualquer segregação, ou discriminação. Uma pessoa que não possui audição por certo não participa de um concerto, de uma audição musical e coisas assim. Ela se exclui por não poder usufruir como as demais pessoas. Muito mais seria um surdo e cego. Uma pessoa sem paladar não se integra com outras pessoas para um almoço, por exemplo.

É fácil se perceber que se alguém hipoteticamente não tivesse sentido algum por certo seria inviável sua existência, até mesmo o viver seria praticamente impossível. Por isso é que podemos dizer que são os sentidos físicos que integram a pessoa formando uma sociedade e esta uma humanidade. Os sentidos são janelas através das quais o ser tanto no que diz respeito à vida material quando à espiritual se abre ao mundo exterior e se relaciona com o mesmo.

O templo interior de cada um tem nos sentidos instrumentos através dos quais a pessoa registra todas as impressões recebidas do mundo exterior.

Já dissemos, numa palestra anterior, quando falamos no desenvolvimento espiritual na escala animal, que para se desenvolver o espirito requer como meta reconhecer o Superior. Para tanto ele tem que saber separar o mal e o bem, em outras palavras, através de encarnações sucessivas ele aprende a reconhecer a escala do mal e do bem e assim sentir necessidade de se posicionar na polaridade do bem. São precisamente os sentidos físicos que dão as sensações do desagradável e do agradável e assim sendo através de sucessivas encarnações na escala animal o espirito em grande parte levado pelos estímulos dos sentidos físicos começa a entender que há uma escala de mal e de bem, do que é desagradável e do que é agradável. Os sentidos fazem com que o sentido da caminhada se faça do desagradável ao agradável, do sofrimento ao prazer, do mal ao bem, da trela à luz.

Vemos que os sentidos físicos não só têm uma função material, eles têm também função espiritual, por isso como são cinco, este é o número serve com símbolo do desenvolvimento espiritual.

Queremos salientar, cada sentido se apresenta em cinco aspectos. São cinco as sensações gustativas, (cinco sabores básicos): salgado, amargo, ácido, picante, e doce. Também são cinco as sensações táteis: temperatura (quente/frio), densidade (mole duro), maleabilidade (rigidez/flexibilidade/fluidez), aspereza (macio/rugoso) textura (fofo / não fofo). Cinco são os odores básicos, mas na língua portuguesa não existem palavras bem especificas para eles. Usam-se mais termos de analogia, como sejam: odor azedo, adocicado, almiscarado, acre (acido) e pútrido.

Cinco percepções visuais básicas: cor, dimensão (tamanho), forma, (amorfo / não amorfo), simetria (relações comprimento, largura, altura), proporcionalidade.

Cinco as sensações auditivas (aqui também em português faltam palavras que definam bem os tipos de percepção auditiva): Intensidade (fraco/forte), timbre (rouco/ estridente)......... (suavidade/ rudeza), harmonia, e melodia.

Como mostram alguns sistemas orientais existem cinco tipos, cinco formas de respiração patológicas: Respiração cavernosa, estertorosa, estridulosa, anfórica, assim como também cinco tipos de respiração não patológicos: Respiração padrão (normal), pulmonar alta, pulmonar baixa, abdominal, diafragmática. Os orientais, cultores da Ioga citam também cinco tipos especiais de respiração.

O organismo (vide tabela) só possui cinco funções orgânicas básicas, assim como funções psíquicas básicas. Por sua vez cada função se apresenta em cinco níveis. Não vamos cita-las todas para não prolongar muito essa palestra, mas apenas mencionar os sentimentos: cólera, prazer, alegria, dor, amor. Por sua vez existem cinco formas de amor, cinco de prazer, cinco de alegria, cinco de dor e cinco de amor.

O organismo só dispõe de cinco vísceras: rins, pulmões, baço, fígado, coração.


As direções

Já se pode perceber que praticamente todas as funções do organismo baseiam-se segundo o mistério cinco.

Vale salientar que sem relação com o indivíduo as direções num plano (superfície) superficiais são quatro: Norte, sul, este, oeste, mas quando diz respeito à pessoa acrescenta-se mais uma o centro. Para a pessoa não são apenas quatro as direções possíveis numa superfície[3] e sim cinco: para frente, para trás, para a direita, para a esquerda e também para o centro. Norte, sul, este, oeste e centro.

São 5 as qualidades do homem perfeito: Bondade, justiça, amor, sabedoria, verdade. Por sua vez são cinco os tipos de bondade, de justiça, de amor, de sabedoria e de verdade.[4]



Jesus, o ideal de perfeição, tem um nome com cinco letras e é curioso que na quase totalidade das línguas acontece o mesmo. No próprio hebraico nome JESUS é escrito: Iod, hé, shin, vav, hé.

Com 5 pães Jesus saciou a fome de 4 mil pessoas.
Os celtas citavam cinco elementos na natureza, Lasa, matéria dura; Gwyar, matéria úmida; Fun, matéria gasosa; Ufel, matéria ígnea; Nwyvre, éter, matéria astral.

A Bíblia inicia com o Pentateuco: Gênese, Êxodo, Levitico, Números e Deuteronômio atribuídos a Moisés.

Como dissemos antes, o quatro é o numero do mundo material, inorgânico ao passo que cinco é o número da matéria orgânica e da matéria liquida, em especial a água.

Linus Pauling, prêmio Nobel de Química, e Bernal, evidenciaram que as moléculas de água são "agrupadas" segundo uma simetria da ordem 5, isto é, segundo uma estrutura pentaédrica o que explica a razão pela qual a água "escoa". Os cientistas Piccardi e Giao estabeleceram que essa estrutura peculiar da água é a razão pela qual as moléculas são sensíveis aos campos de forças do universo, o que faz da água, em relação ao número cinco, o intermediário entre as forças cósmicas e os seres vivos.

Não existe qualquer cristal que tenha simetria cinco, enquanto isto somente a matéria viva e os líquidos que contêm água estão particularmente ligados ao número cinco, enquanto os sólidos e matéria morta[5] apresentam relações com os números inferiores ao cinco.

Em física nuclear jamais evidenciou núcleos atômicos estáveis possuindo cinco partículas, enquanto existem núcleos, mesmo que instável para todos os números até 275. Os núcleos de hélio ou de lítio com cinco partículas explodem quase antes de se terem formado. A ciência não sabe porque. Por outro lado a natureza biológica é muito pródiga na simetria 5. Há numerosas formas vivas com essa simetria cinco, a estrela do mar é uma delas, mas existem inúmeras outras assim como muitas flores.

No universo só existem quatro dimensões, falam-se em N dimensões, mas até agora somente 4 foram conhecidas. Nunca se teve idéia da existência da quinta. Isto é decorrência de uma lei universal, o cinco é o numero dos líquidos e do orgânico. Mais uma vez evidenciamos que no universo existem 3 dimensões que tem uma mesma natureza, a quarta é de natureza diferente, é o tempo.

********************




Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.
email: thot@hotlink.com.br


Notas:

[1]
- Fogo no sentido de chama. A ciência atual considera 4 estados da matéria: Solido, líquido, gasoso e plasma. O plasma corresponde exatamente á chama do fogo. Deve ser incluído mais um elemento: Akash

[2]
- Já mostramos que muitas vezes o três se apresenta como uma tríade constituída de uma mesma natureza. Por exemplo: Pai - Mãe - Filho, mas na maioria das vezes o terceiro elemento é de natureza diferente dos dois outros. O segundo elemento de uma tríade sempre tem a mesma natureza do primeiro elemento; o dois nada mais é do que a polarização do um, portanto é o próprio um e vice-versa, mas quando polariza surge o três, o terceiro elemento. Acontece que nem sempre ele tem a mesma natureza, aliás quase tem essência diferente e via de regra é de natureza abstrata, imponderável. Vejamos como exemplo: 1- grande - 2 pequeno ( algo concreto ) 3 - idéia de beleza ( abstrato ). 1 Feio, - bonito ( algo concreto ), 3 - idéia de beleza ( abstrato). Enquanto o tamanho pode ser medido por dizer respeito à algo concreto o terceiro elemento que é uma idéia daquilo não pode ser medido por ser abstrato. A grandeza de algo, representado por grande e pequeno é material, tem existência que pode ser medível, pesável ou contável, enquanto que o terceiro elemento que é a idéia não pode sê-lo por se tratar de algo abstrato, apenas subjetivo.

[3]
- Citamos superfície porque em relação ao espaço surge o para cima e o para baixo, que já envolve um outro mistério.

[4]
- Deixamos intencionalmente de mencionar as subdivisões para que possam por si mesmos descobri-los. Isto é um bom exercício mental para aquilatar o grau de compreensão e a capacidade de recepção intuitiva.

[5]
- Na realidade, a rigor não existe matéria morta/ no universo tudo tem vida.









Pluralidade - O Quatro

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O NÚMERO QUATRO

O número quatro feito coisa
ou a coisa pelo quatro quadrada,
seja espaço, quadrúpede, mesa,
está racional em suas patas;
está plantada, à margem e acima
de tudo o que tentar abalá-la,
imóvel ao vento, terremotos,
no mar maré ou no mar ressaca.

Só o tempo que ama o ímpar instável
pode contra essa coisa ao passá-la:
mas a roda, criatura do tempo,
é uma coisa em quatro, desgastada.

João Cabral de Melo Neto


Prithivi - Quadrado Amarelo



O princípio do Ar (3 – três) não representa propriamente um elemento em si, a essa afirmação vale também para o princípio da terra. Isso significa que, do efeito alternado dos três elementos mencionados em primeiro lugar, o elemento terra formou-se por último, pois através de sua característica específica, a solidificação, ela integra em si todos os outros três. Foi justamente essa característica que conferiu uma forma concreta aos três elementos. Ao mesmo tempo porém foi introduzido um limite ao seu efeito, o que resultou na criação do espaço, da dimensão, do peso, e do tempo. Em conjunto com a terra, o efeito recíproco dos outros três elementos tomou-se quadripolar. O fluido na polaridade do elemento terra é eletromagnético. Como todos os elementos são ativos no quarto elemento(o da terra) toda a vida criada pode ser explicada. Foi através da materialização da vida nesse elemento que surgiu o "Fiat", o "faça-se”. (IIH – Franz Bardon)



O Grande Tao não tem forma corpórea, mas foi ele quem produziu e alimenta o Céu e a Terra.

O Grande Tao não tem paixões, mas é a causa das revoluções do Sol e da Lua. O Grande Tao não tem nome, mas é Ele quem mantém o crescimento e a conservação de todas as coisas.


As manifestações da natureza, vias de regra, se apresentam como dois bipolos, assim sendo manifestam-se no mistério Quatro (mistério porque não se sabe o porquê das manifestações básicas da natureza se processar através de dois bipolos, formando Quatro elementos).
Na constituição das coisas se faz presente o mistério três, enquanto que as manifestações da natureza obedecem ao mistério quatro. Vejamos alguns exemplos: Verão/ inverno; primavera /outono; lua cheia/ lua nova; lua /crescente/minguante; Norte/Sul/; Leste/ Oeste, etc..

Os sábios de um passado remoto diziam que o mundo material era o resultado da ação de quatro elementos essenciais: Fogo, terra, água, ar. [1]


O mundo material está constituído por esses quatro elementos. Embora pareça isso algo absurdo, queremos dizer que não foge muito ao que a própria ciência ensina com outras palavras. Diz a ciência que a terra inicialmente foi uma bola gasosa (ar) muito quente (fogo) e que ao esfriar se formaram os elementos que se organizam formando a terra. Dos vulcões primitivos saíram os gases que deram origem ao ar assim como o vapor que deu origem à água. Da interação dos elementos constitutivos desses quatro princípios todas as coisas surgiram.

Assim vemos que a primeira estruturação do mundo denso já foi estabelecido segundo o mistério quatro (lei do quatro.).

A natureza se manifesta em quatro aspectos: Sólido/ Líquido/ Gasoso / Radiante (atualmente a ciência em vez do nome radiante usa a palavra plasma). Existem 4 reinos: Mineral / Vegetal, Animal e Hominal. [2]
A natureza manifesta as coisas por um desses 4 estados: Quente / frio / seco / úmido.

Os pontos cardeais são quatro: Norte / Sul / Leste / Oeste. Onde quer que estejamos a nossa mente identifica: Para diante / para trás / para um lado / para o outro lado.(esquerda e direita). [3]

=>O número quatro é próprio dos quatro Evangelhos, como diz Ezequiel (1,4): "E no centro havia a semelhança de quatro animais" [20] . O quatro também significa misticamente as quatro virtudes dos santos: Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança [21] ; que, pela liberalidade de Deus, revigoram as almas dos santos. Daí que o Evangelho (Mc 8,9) diga: "E os que comeram eram cerca de quatro mil pessoas. Em seguida, Jesus os despediu" [22] . Quatro também diz respeito às quatro partes do mundo [23] a partir das quais a Santa Igreja se reunirá. Daí que afirme o profeta (Is 43,5): "Do Oriente conduzirei a tua descendência e do Ocidente eu te reunirei. Direi ao setentrião: ‘Devolve-os!’ e ao meio-dia: ‘Não impeças!’". Do mesmo modo, o quatro pode simbolizar os quatro elementos [24] dos quais é formado o corpo humano, pois principalmente deles depende a força e a subsistência do corpo. Com efeito, no Evangelho está escrito que o paralítico no leito era transportado por quatro [25] .


IV - A TÉTRADA


"O Número Quatro é aquele sem o qual nada poderia ser revelado, pois é o número universal da perfeição" (Dos Erros e da Verdade). "O Ser Supremo, apesar de estar ligado a todos os números, se manifesta particularmente pelo número do quadrado, que é ao mesmo tempo, o número do homem" (Dos Erros e da Verdade). "Pela presença da realidade divina neste numeral, ele age diretamente também, em todos os seres setenários e remete à notável ordem que ocupavam em sua origem”. (-Obras Póstumas).

O quadrado é um, como a raiz da qual é o produto e a imagem pela qual se manifesta. Ele mede toda a circunferência, já que o homem no centro do seu primeiro império abarcava todas as regiões do universo. O quadrado é formado por quatro linhas e o lugar do homem era indicado por quatro linhas de comunicação, que se estendiam aos quatro pontos cardinais da natureza. Este quadrado se origina no centro e o trono do homem era no seio da terra de seu domínio, portanto governando os sete instrumentos de sua glória. O quadrado é portanto, o verdadeiro símbolo daquele lugar de deleite conhecido em todos os lugares pelo nome de Paraíso Terrestre.

"O quatro é o número de qualquer centro e assim sendo, é o do fogo também, pois este ocupa o núcleo de todos os corpos. É, da mesma forma, o do espírito temporal, garantido ao homem para a sua reconciliação, mas este é o mais interior dos três círculos que o homem tem de atravessar antes de chegar o dia de sua Reconciliação, que é representada pelo número três" (Obras Póstumas).

O quaternário, representado pelos quatro mil anos depois dos quais "Cristo" nasceu neste mundo, é a imagem da manifestação divina a se opor ao poder perverso que a represa dentro dos seus limites de privação espiritual. O homem, a quem o número quatro é destinado pela Providência Divina, não pode se beneficiar deste número senão da mesma forma pela qual ele usou bem sucedidamente o primeiro poder corporal que lhe foi dado, como uma forma de se proteger contra a primeira ação do líder quinário”.

"Se o homem permitir que este simples poder inferior seja degradado, o inimigo tem muito mais facilidade de atacá-lo, com vantagens, no poder temporal ativo. Assim sendo, longe deste poder ser usado para benefício da humanidade, à qual ele deveria comunicar amor, vontade, fé, pleno de todos os sentimentos espirituais próprios a esta reconciliação, o intelecto desequilibrado faz uso deste mesmo veículo (número 4) para sugerir todas as paixões falsas e más e os sentimentos que separam o homem do seu objetivo" (-Obras Póstumas).

Desta forma, o espírito reparador dos crimes da posterioridade humana para a manutenção da justiça divina é, também, anunciado pelo número Quatro.


Sobre os Elementos


‘Tudo o que foi criado, o macrocosmo e o microcosmo, portanto o grande e o pequeno mundo formaram-se através dos elementos. Por causa disso pretendo, já no começo da iniciação, ocupar-me justamente destas forças a mostrar especialmente sua profundidade a seu múltiplo significado (...) Nos escritos orientais mais antigos os elementos são definidos pelos Tattwas. Na nossa literatura européia só lhes damos atenção na medida em que enfatizamos seus bons efeitos ou apontamos suas influências desfavoráveis, o que quer dizer, portanto que sob a influência dos Tattwas determinadas ações podem ser levadas adiante ou devem ser deixadas de lado. Não há dúvidas sobre a autenticidade desse fato, mas tudo o que nos foi revelado até hoje aponta só para um aspecto muito restrito dos efeitos dos elementos. A prova dos efeitos dos elementos em relação aos Tattwas, para o uso pessoal, consta de modo suficientemente explícito nas obras astrológicas.

Porém eu penetro mais profundamente no segredo dos elementos, a por isso escolho uma outra chave, aliás análoga à astrológica, mas que não tem nada a ver com ela. Pretendo ensinar as diversas maneiras de utilizar essa chave até agora desconhecida para o leitor. Além de desvendar o seu lado teórico, também mostro a sua utilização prática, pois é justamente nela que reside o maior arcano.

Sobre esse grande conhecimento secreto dos elementos já se escreveu no mais antigo livro da sabedoria esotérica, o Tarô, cuja primeira carta, o mago, representa o conhecimento e o domínio dos elementos. Nessa primeira carta os símbolos são: a espada, que simboliza o elemento fogo; o bastão, que simboliza o elemento ar; o cálice, o elemento água; a as moedas o elemento terra.

Aqui podemos perceber que já nos antigos mistérios apontava-se o mago como primeira carta do Tarô, a assim se escolhia o domínio dos elementos como primeiro ato da iniciação. Em homenagem a essa tradição quero também dedicar a maior atenção, sobretudo a esses elementos, pois como veremos adiante, a chave para os elementos é um meio universal com o qual é possível solucionar todos os problemas que surgem (A Chave-Mestra). De acordo com os indianos, a simbologia dos Tattwas é a seguinte:



O NOME DE DEUS EM QUATRO LETRAS (tetragrammaton)

L O R D - Inglês

S O R N - Persa

B A G H - Persa

D I E U - Francês

G O T T - Alemão

D E U S - Português

J H V H - Hebreu (J H W H, Y H W H, I A V É, Yod-He-Vav-He)

J A V É - Variante em português do hebreu JHVH).

A D A T - Sírio

G O D T - Germano

D O V A - Sânscrito

G O D T - Sueco

A L A H - Árabe, em português as variações podem ser: Alá, Álah, Allah

D I O S - Espanhol

T O O S - Grego

Z E U S - Grego Antigo

O D I M - Viking, Saxão

T H O T - Viking

A M O N - Egípcio

P A P A - Inca

B A A L - Fenício

I L L U - Sírio

S H I N - Japonês

N E B O - Caldeu

H A R K - Hindu

T U P Ã - Tupi Guarani

Y U S A - Jívaro - tribo indígena do Equador

C A R Ú - Munducurú - antiga tribo indígena da selva dos tapajós

O B E A - No sincretismo dos revivalistas, Jamaica, outra variante é Obeaman

D E U M - Latim - de acordo com a declinação da frase, varia em Dei, Deo, Deum

D E V S - Latim Cristão

B U D A - Em algumas dissidências do hinduísmo, é considerado Deus.

B A R A - Também Behaístas

X I V A - Hinduísmo.

E M E T – Verdade em hebraico

Trindade

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

3 - três - A Inteligência Infinita

C & G (GUIMEL / bJ)

TRÍADE



O 1 é o ponto o 2 é a linha e o 3 é o triângulo com as 3 medidas geométricas do comprimento, da largura e da profundidade ou altura. O Três é o primeiro número harmônico tendo um âmbito estável, alcunhado Portão da Forma por tornar-se dimensional. Ele é um patamar que se atinge para se poder planejar, possibilitando definições.

O 3 é síntese do crescimento e desenvolvimento. É expansão, definição e desdobramento. São 3 os momentos dialéticos da Tese / Antítese / Síntese que se expressam criativament. O 3 é expressão de criação. São os três tempos do verbo: passado, presente, futuro. Na linguagem é o sujeito, o verbo e o predicado. Presente ainda no triângulo edípico familiar, do filho (a), do pai e da mãe. No aparelho psíquico da 1a tópica freudiana do inconsciente, o pré-consciente e o inconsciente, ou ainda da 2a Tópica Id, o Ego, e o Superego e na composição da Tópica Lacaniana do Imaginário, o Simbólico e o Real.

O Três está presente em várias culturas, mitos e religiões, retratando que 3 linhas , 3 facetas compõem 1 triângulo, que tendo uma base triângular forma um triedro, revelando uma equivalência do 3 com o 1. Assim, temos : O Taoísmo, com o Tao da unidade triádica caminho-caminhante-caminhada. O Hinduísmo com Brahma (criador), Vishnu (conservador) e Shiva ( tranformadora). As 3 parcas romanas ou as 3 moiras gregas que fiam, tecem e cortam o destino. No antigo Egito eram Horus, lsis e Osiris. No cristianismo da Santíssima trindade unitária do Pai, Filho e Espírito Santo. O Judaísmo do Tetragramaton=YHWH que se reduz sucessivamente em Trigramaton=YHW, Bigramaton=YH até a primeira letra Y que condensa nela o nome sagrado e inefável de ‘Deus’ sendo que (Yöd=10 = 1).


Corpo-Mente-Espírito visto como órgão fractal


Observando o corpo-mente a partir de uma perspectiva mais ampla, vemos que o cérebro (mental) controla a cognição, o corpo (físico) provê os aportes que estimulam a função do cérebro e a neuroquímica (emociono-sócio-espiritual) é criada pela estimulação sensorial — geralmente a partir do ambiente, que ativa os elementos neuroquímicos para que atuem em rede e integrem corpo e cérebro. Inquestionavelmente, a interação entre corpo, mente e espírito afeta suas partes constituintes. Seria verdade que corpo, mente e espírito são afetados por uma representação mais ampla desse postulado fractal? Existe abundante evidência de que essa construção fractal é funcional com os ambientes que cercam o indivíduo. Influências mentais, físicas e espirituais não apenas nos rodeiam; elas também contribuem para a qualidade de nossa capacidade intelectual, de nossa saúde física e para as condições e desenvolvimento emocional, social e espiritual. Considere o impacto ambiental entre essas três realidades.



Triangulo de Pascal

A matemática indiana iniciou em cerca de 3 000 AC, na região de Harappa e Mohenjodaro. Era uma matemática bem rudimentar e foi somente com a introdução da religião védica, que acompanhou a invasão ariana c. 1 500 AC, é que passamos a encontrar a resolução de problemas não triviais. A matemática védica era basicamente geométrica, toda voltada para os complicados rituais de construção dos altares para suas cerimonias religiosas.

Graças à Pingala (matematico indiano) no ano de 200 a.C. - quase 2 000 anos antes de Pascal - é que encontramos o triângulo aritmético pela primeira vez.
O envolvimento de Pingala com o triângulo resultou de seu estudo de métricas musicais na versificação. Com efeito, ele observou que a expansão de, sucessivamente, métricas de uma, duas, três, etc sílabas podia ser disposta sob a forma de uma padrão numérico triangular que corresponde ao triângulo aritmético e que ele denominou meruprastara, em homenagem ao sagrado Monte Meru.

Para clarificar, usemos um exemplo numérico:
-para achar as combinações das três sílabas ba, be, bi ele ia até a quarta linha do meruprastara, 1 3 3 1, e então concluia:

  • 3 combinações de uma sílaba: ba, be, bi
  • 3 combinações de duas sílabas: babe, babi, bebi
  • 1 combinação de três sílabas: babebi
Também é importante mencionarmos o livro chinês Precioso espelho dos quatro elementos, escrito c. 1 300 dC por Zhu Shijie. Este livro traz figuras de triângulos com até nove linhas e seu autor os denomina diagramas do método antigo para calcular grandes e pequenas potências. Contudo, é necessario lembrar que a denominação chinesa mais comum para o triângulo aritmético é triângulo de Yang Hui.

A reconstrução do início do envolvimento dos matemáticos de religião islâmica com o triângulo aritmético é difícil pois que os principais documentos associados perderam-se na noite dos tempos. Contudo é razoavelmente garantido podermos afirmar que, a maioria dos islamitas aprenderam o triângulo aritmético através de compilações escritas em árabe de livros indianos, como é o caso do Princípios do Cálculo Hindu, escrito por al Jili c. 1 000 dC, e o Coisas suficientes para entender o Cálculo Hindu, por al Nasawi, também em c. 1 000 dC.

Por outro lado, segundo os grandes especialistas em história da matemática islâmita, Roshdi Rashed e Adel Anbouba, o triângulo teria sido redescoberto em 1 007 pelo matemático al Karaji. Esse matemático teria utilizado o triângulo para obter o desenvolvimento de potências quadrática, cúbica e quártica de binómios em seus tratados de álgebra: o al Fakhri e o al Badi.

"O Número Três não deriva seu princípio de si próprio e nem mesmo tem um princípio"


As observações a respeito deste número são dispersas e obscuras, incluindo referências vagas a uma lei temporal da trindade, da qual a lei temporal da dualidade depende completamente. "Na ordem divina, 3 é a Santíssima Trindade, como 4 é o ato de sua explosão e o 7, o produto universal e a imensidão infinitas que resultaram das maravilhas desta explosão"


"Existem três princípios em todos os corpos; o círculo é um corpo; os raios de um círculo são linhas retas, materialmente falando; e por sua aparente retidão e capacidade de se prolongar ao infinito eles são a imagem real do princípio gerador. Os espaços entre os raios são triângulos e assim, a ação do princípio gerador é manifestada pela produção de uma tríade. Ao juntar o número do centro com a tríade por ele gerada teremos um sinal do quaternário. Portanto, a concepção de uma ligação íntima entre o centro (ou princípio gerador) e o princípio secundário, que está provado ser 3; pelos 3 lados do triângulo e pelas 3 dimensões, nos dá a idéia mais perfeita do que seja o nosso quaternário imaterial”.


"Sem a chave dos números, as correspondências entre as três regiões da verdadeira filosofia: divina, espiritual e natural, não poderiam ser estabelecidas ou observadas corretamente”.


"Se o número três é imposto a tudo que é criado, é porque ele imperava em suas origens”.


Guimel é o numero 3. O dia Guimel, o 3º Dia da Criação assim está no Gênesis: Deus disse: “As águas sob o céu serão juntadas em um lugar, e a terra seca será vista”. Assim foi, Deus chamou a terra seca “Terra”, e ao ajuntamento das águas Ele chamou “Mares”. Deus viu que era bom. Deus disse: A terra brotará vegetação. Plantas que produzem sementes e árvores frutíferas que produzem suas próprias espécies de frutos com sementes estarão na terra”.

É, portanto, neste terceiro dia que nasce a Árvore da Vida com seus 10 frutos.